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– Opa, desculpa por ter te empurrado, moça.
(Já entendi que nesta festa lotada quase todas as meninas comem um caminhão de merda por você, enquanto o máximo que eu consegui até agora foi um doido-de-camiseta-rosa-e-nome-hilário-querendo-compromisso-sério e um baixinho-esforçado-que-usou-uma-cantada-que-ainda-não-entendi.
Aposto que você pensa, satisfeito, que seria um favor que me faria, caso chegasse em mim. E seria mesmo, pois eu adoraria ter a oportunidade de te dispensar, só pra desmanchar essa sua feição de quem não sabe o que é derrota. Mas se eu sou assim: orgulhosa, você é assim: sem brio. Então pare de ficar dando voltas supostamente despropositais em mim e esfregando essa camiseta polo listada no meu vestido, dando as cartas de um jogo que não quero participar.
Pois não foi para você que me vesti assim. Nesse lugar onde a grande maioria das gurias usa a bota pra fora da calça jeans apertada, escolhi minha sapatilha surrada, sob forma de protesto. E esse vermelho-ardente nas unhas e a aguardente no copo não são apenas tentativas de eu transpor essa muralha que construí entre mim e o mundo. São também artifícios para contrapor o frio – manifesto lá fora e latente aqui dentro do peito. Não sei dizer exatamente se foi a vida quem me deixou assim ou se fui eu quem transformou a vida nisso. Mas esse detalhe não lhe diz respeito.
O que vem ao caso é que vim parar nesse lugar cheio de gente que não admiro, ouvindo músicas que não aprecio e enchendo a cara para esquecer detalhes que não posso mudar, sabendo que homens como você não entendem, nem nunca entenderão essas sutilezas gritantes do universo das mulheres que pensam, sentem e sofrem.)
– Não foi nada...
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– Opa, desculpa por ter te empurrado, moça.
(Já entendi que nesta festa lotada quase todas as meninas comem um caminhão de merda por você, enquanto o máximo que eu consegui até agora foi um doido-de-camiseta-rosa-e-nome-hilário-querendo-compromisso-sério e um baixinho-esforçado-que-usou-uma-cantada-que-ainda-não-entendi.
Aposto que você pensa, satisfeito, que seria um favor que me faria, caso chegasse em mim. E seria mesmo, pois eu adoraria ter a oportunidade de te dispensar, só pra desmanchar essa sua feição de quem não sabe o que é derrota. Mas se eu sou assim: orgulhosa, você é assim: sem brio. Então pare de ficar dando voltas supostamente despropositais em mim e esfregando essa camiseta polo listada no meu vestido, dando as cartas de um jogo que não quero participar.
Pois não foi para você que me vesti assim. Nesse lugar onde a grande maioria das gurias usa a bota pra fora da calça jeans apertada, escolhi minha sapatilha surrada, sob forma de protesto. E esse vermelho-ardente nas unhas e a aguardente no copo não são apenas tentativas de eu transpor essa muralha que construí entre mim e o mundo. São também artifícios para contrapor o frio – manifesto lá fora e latente aqui dentro do peito. Não sei dizer exatamente se foi a vida quem me deixou assim ou se fui eu quem transformou a vida nisso. Mas esse detalhe não lhe diz respeito.
O que vem ao caso é que vim parar nesse lugar cheio de gente que não admiro, ouvindo músicas que não aprecio e enchendo a cara para esquecer detalhes que não posso mudar, sabendo que homens como você não entendem, nem nunca entenderão essas sutilezas gritantes do universo das mulheres que pensam, sentem e sofrem.)
– Não foi nada...
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6 de julho de 2009 às 13:43
verdade Camis.. eu ando um pouco perdido no tempo... heheheh... mas a ultima vez que vi foi em novembro do ano passado.. e venha pro show sim... da um jeitinho... :D
6 de julho de 2009 às 13:54
Camis... há muito tempo eu não ficava tão orgulhoso como estou agora.. Apareceu um comentário no blog assinado por ZAZA... cliquei no nome e fui parar no blog do Paulo Juk, baixista do blindagem... hehheehhehehe... to importante agora... huahuahuahua
10 de julho de 2009 às 01:16
" O que vem ao caso é que vim parar nesse lugar cheio de gente que não admiro, ouvindo músicas que não aprecio e enchendo a cara para esquecer detalhes que não posso mudar... "
- A cada dia seus textos evoluem e minha admiração por vc cresce de maneira inexplicável. Eu amei diversas partes do seu texto, sempre tenho ótimas sensações ao ler seus textos. Parabéns, Camis, vc é incrível!
=*
12 de julho de 2009 às 22:58
Dá uma vontade de cuspir na pessoa referida.
Muito bom!
=**
13 de agosto de 2009 às 13:33
Coisinhas assim, comuns para mim, para vc...
(melhor carta deste blog)