Domingo

28 de jun. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 7 comentários
Após chegar da [ironia] night [/ironia] Mamboreense:



- E aí, filha. Deixou algum coração batendo lá em baixo?
- Deixei todos, mãe. Não matei ninguém.





"Domingo eu quero ver o domingo passar" (Titãs)



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Quase sósia

21 de jun. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 4 comentários
- Meu primo sempre disse que você é a cara do Brad Pitt.
- E você concorda com ele?
- Não! Nada a ver.
- Você também não lembra a Angelina Jolie. Seu primo tem telefone?

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Teorema

15 de jun. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 4 comentários
- Eu nunca fui um cara fiel. Todo mundo fica falando em monogamia, mas no reino animal apenas algumas aves são monogâmicas.
- É... mas alguma vez você viu alguma vaca fofocando com outra que a Mimosa é corna?
- Hã... não.
- Poisé. Eu acho que o ser humano acaba sendo fiel por causa do falatório.
- Sabe que você tem razão?! Essa é uma teoria sua?
- Sim.
- Você já tinha pensado nisso sem estar bêbada?
- Não.

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Não se reprima

11 de jun. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 2 comentários
É claro que eu concordo com a idéia de que se o ser humano não entende ou não consegue colocar limites em si próprio, ele precisa ser coibido em prol do convívio e harmonia sociais.

As regras começam na família. Aqui em casa, por exemplo, minha mãe esconde (tenta) as caixas de chocolate para evitar a minha tentação, que é frequente. Certamente até os pais que não ligam de o namorado dormir no quarto da filha estipulam certas regras, como não ver o aspirante a genro andando de cueca vermelha livremente pelos corredores de casa. Mesmo nos sistemas mais simples e liberais, é preciso haver normas.

Limites também são estipulados nos outros grupos da sociedade, como na igreja, onde vamos de roupa comportada, como forma de demonstrarmos respeito e para não atiçarmos a luxúria, que é um dos pecados capitais. Bem como existem nas escolas e faculdades - como no laboratório de informática da universidade na qual me graduei. O computador de repente escancarava a tela vermelha escrita em letras garrafais e amarelantes: 'Acesso Negado!', denunciando a qualquer um a tentativa de infringir, conscientemente ou não, as leis de navegação da internet na instituição (A Graci que o diga, pois não conseguiu fazer uma pesquisa de Língua Portuguesa, devido aos termos 'pica' e 'pau', existentes em 'Sítio do Pica-pau Amarelo').

E eu preciso aceitar que, se é assim em todo lugar, não poderia ser diferente numa área tão caótica como a Internet. O Google deu pra implicar comigo e não me deixa vincular o link do nosso blog ao meu perfil no Orkut. Eu tento, de todas as formas, colocar o endereço do Não-enviadas nos campos status, quem sou eu, página-web e até na página de recados. Mas depois de alguns minutos aparece o maldito content suppressed, que porcamente traduzi como conteúdo reprimido. Desconfio que seja porque o link possui embutido ‘viada’ na palavra ‘enviada’ e o antispam dele deve ter entendido que eu pretendo propagar o preconceito. Se for isso, é um erro cometido por uma causa nobre e eu até respeito.

Mas acho que está bem claro que meu intuito aqui não é propagar preconceito nenhum e sim lutar contra os que ainda tenho. Por isso, aceitarei isso no embalo dos Menudos. O antispam pode até reprimir o conteúdo do que escrevo, mas não a mim. Continuarei não remetendo minhas filosofias rasas mesmo que os visitantes do meu perfil no Orkut não saibam da existência do Não-enviadas.


Por isso canta, dança, grita ô ô ô ô ô ô ô!


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Enquanto isso, no Jardim II: apenas mais uma

4 de jun. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 5 comentários
Eu respondia para uma das professoras que não tinha ganhado nada de aniversário, quando Amanda (4 anos), que prestava atenção na conversa, interrompe:

– Tia, você é de todo mundo (com ar sério e preocupado).

– Por quê? (sem entender nada)

– Porque você é linda (olhar de quem concluiu brilhantemente um pensamento).


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Escombros

2 de jun. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 4 comentários
A maneira exata de pronunciar um sobrenome. Algumas fotos 3x4. Inúmeras folhas com nomes sobpostos por ‘Sapino’: Saudade, Amor, Paixão, Inveja, Namoro ou Ódio? Uma jaqueta marrom escrita Phoenix. Um violão no coral da igreja. Jogos de basquete no pátio do colégio. Um dedo quase quebrado. A brincadeira da caneta: 'os espíritos não mentem'. Mas e se foram espíritos de porco? Uma foto do seminário. Esperar o sinal bater olhando pela janela. O copo da primeira cuba. Uma autorização datada de maio de 2003 para um Luau. I gotta have faaaaith. Tive e deu certo. Vingança boba, mas proveitosa. O seu casaco pra aliviar o meu frio. Bye. Os logs de mIRC colados na agenda. O sorvete carioquinha. O DVD do Jota Quest. Cartas manuscritas. E-mails gigantes. Cartões artesanais.Se eu tivesse um canudinho... Uma almofada vermelha de retalhos. Cócegas. Um chaveiro de urso-segurando-coração chamado Alface. Sorry, but It's over. I’m a creep, I’m a weirdo... Não, você é que era um. A culpa foi sua. O furinho no queixo. Jack Johnson. Smashing Pumpkins. Paixão instantânea. 2 calendários inteiros pra esquecer o sorriso rasgado, tão lindo. A gincal. Os olhos pequenos. Outro chaveiro – das meninas superpoderosas. As boatinhas de quarta-feira. Adeus. Sueca. Um celular perdido na minha casa. Uma gata branca. O perfume impregnado no meu pijama vermelho de inverno. Tudo, menos Ana Carolina. Algumas cenas de Nem Que a Vaca Tussa. Remédios para emagrecer. Segurança. Um videocassete. Insegurança. Chega. Meu aniversário. Mentiras e tequila. Sílvio Santos. Forrós. With or without you. Gaita. Basta. Uma saia que virou blusa. Flashes. A era do gelo. Colchão no chão. (Bombons nacionais. Um poema manuscrito. Uma pulseira hippie. Vida louca vida. Brincos de uma orelha só. Meus olhos da cor da fumaça. A saideira na sacada. Sinto muito, mas não é pra mim). Bombons importados. Frases feitas. Eu tentei, tentamos. Ano novo, novo caso. Uma guitarra. Um blues ou qualquer roquenrol. O allstar bem sujo. As estrelas e seus nomes. As madrugadas e seus dilemas. Annie Hall. Bhagavad-Gita. A menina que roubava livros. O primeiro cigarro. Querer ser o que não é não basta. Tchau. Sim, eu te ajudo a reconquistá-la... Agora tchau, de verdade.

Restaram estes pedaços, agora quase irreconhecíveis, de tudo aquilo que um dia acreditei ser amor - ou quase isso - mas que não teve estrutura suficiente para aguentar uma ventaniazinha qualquer.

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