Noel, Noel...

21 de dez. de 2009 - não enviada por Graci 4 comentários
Ah, meu bom velhinho. Nós nunca fomos muito íntimos, não é mesmo? Mas eu juro, te juro, que já esperei bem mais de ti e fui bem menos compreensiva, portanto, as chances de nossa relação deslanchar de agora em diante são múltiplas.

Primeiro, porque com uns cinco dias de adiantamento o senhor deu um jeitinho de fazer chegar às minhas mãos aquele abençoado litro de Amarula. Admito, foi lindo, velho Noel. Emocionante, eu diria.

Segundo, porque eu tenho falado muito bem do senhor pro meu polaco, o Totonho. Elogio o senhor sempre, conto que é um cara muito gente boa que antes do Natal distribui um monte de balas e pirulitos e que, quando chega o dia 24, dá um presente bem lindo pra gente brincar no dia 25 inteiro e não enjoar nas semanas seguintes. Estou sendo bem bacana, admita.

E terceiro, mas não menos importante, porque eu resolvi te dar um pouquinho de sossego. É, é isso mesmo que o senhor está lendo. Não quero a minha casa da árvore, o kit de ferramentas culinárias ou aquela caixa de sei lá quantos lápis de cor que pedi por uma década sem ser atendida (presentes que o senhor muito sensatamente, diga-se de passagem, resolveu ignorar). Pensando bem, eu até queria um notebook, alguns livros e uns dois ou três vestidos ou sapatos - não custa nada lembrar que agora eu calço 39 e o manequim parou no 38 - mas não espero mais ansiosamente por nada que o senhor possa trazer.

Então, como essa é a primeira vez que dezembro chega ao final sem eu pensar nos presentes, acredito que mereço alguma recompensa (ta, tá, não vou exagerar). Faça, bom velhinho, apenas com que tenha tempo para brincar com os presentes que o senhor vai dar para o Totonho. É claro que estou ciente que eles são bem interativos e vão pedir a presença de alguém para se tornarem mais interessantes. Só quero isso.

Fácil, não?

Selada a paz, manda um abraço para aquela sua filha, a Tati. Ela é muito bacana, sabia? Bobagem, claro que o senhor sabe disso bem mais que eu.

Por este ano, é só. Saiba apenas que um pratinho de biscoitos vai esperar pelo senhor lá em casa, na noite do dia 24.
Desta vez colocado por outras mãos, umas mãozinhas polacas.

Sobre bater na mesma tecla...

9 de dez. de 2009 - não enviada por Camila Rufine 5 comentários
Depois de dois meses consegui religar o meu antigo laptop. Aquele que o carregador queimou na minha segunda semana aqui. Não sei se você sabe de toda a história, mas eu comprei um netbook para poder quebrar o galho até meu pai mandar outra fonte do Brasil. Sei que você não se liga muito em tecnologia, mas eu explico: netbook é um computadorzinho pequeno, menor que um laptop. Quase sem memória e recursos, mas que entra na internet. Custou menos de 300 dólares, mas era todo o dinheiro que eu possuía na ocasião. E eu tinha urgência.

Acostumar-me com aquela telinha minúscula e com aquele teclado sem acentos e cedilha parecia tarefa impossível. Voltei a ter que usar óculos, pois minha cabeça passou a doer toda noite. Sofri até conseguir reconfigurar o teclado. Mas eu precisei daquele netbook e ele me foi leal. Armazenou meus arquivos e deixou-me ouvir minhas músicas, assistir aos meus seriados e me comunicar com meus pais e amigos.

Nem fiquei com pressa para comprar um adaptador quando a nova fonte chegou na semana passada. Só hoje me lembrei que eu deveria estar querendo muito usar o meu laptop. Afinal, eu e ele temos uma... história. Além disso, ele tem mais espaço, memória e é muito mais rápido. Então comprei o adaptador, e fiquei muito feliz em ver que meu notebook voltou para mim. Mas achei ele tão pesado, com as teclas tão longe umas das outras e tão desengonçado. Sem falar que agora parece que tudo o que eu preciso (minhas novas músicas e filmes) está lá no pequeno computador.

E pensando nisso me passou que meu velho laptop é uma metáfora de mim mesma. Em relação a você. Dois meses é muito tempo, imagine um ano. Você provavelmente se acostumará com um netbook. E a culpa é minha, por ter pifado justo quando você mais precisava de mim.

Ctrl, alt, del. Finalizar tarefa.