Deselegante

10 de jun. de 2010 - não enviada por Camila Rufine 3 comentários
Assim que bisbilhotei e tive a confirmação da minha suspeita sobre este infeliz acontecimento na sua vida, corri compartilhar a novidade com minha mãe.

Antes de você me chamar de fofoqueira, saiba que assim que ela soube que iria ficar um ano sem me ver, fez-me prometer, olhando nos olhos dela, que eu iria informá-la sobre qualquer romance que viesse a acontecer aqui. Qualquer um mesmo.

Achei justo, já que, calculando rapidamente as probabilidades e analisando grosseiramente a situação, admiti que eu já tinha escondido muita coisa dela e que as chances de eu ter um affair por essas bandas seria quase nulo.

Eu me enganei e ela ficou sabendo, pois cumpro minhas promessas. E ao saber da versão resumida e nada imparcial da meteórica história, é evidente que ela tomou o meu partido.

Isso não significa que minha mãe seja leviana. Não, não. Ela não exita em chamar a minha atenção. Ela sempre me aconselha a fazer a coisa certa. E é por isso que ela quase nunca sabe nada da minha vida. Mas hoje eu acordei no espirito de querer fazer a coisa certa. E como isso é raro, recorri à especialista.

E ela disse para eu deixar para lá. Que você não foi lá, assim, tão legal comigo e que a gente nem vai se ver novamente mesmo. Então é isso. Acho que se eu disser que segui o conselho da minha mãe, fica menos feio do que admitir que não senti vontade de puxar assunto, nem ao menos para parecer educada.



Balanço

2 de jun. de 2010 - não enviada por Camila Rufine 5 comentários
Zero filhos. Uma cicatriz de piercing. Duas graduações universitárias. Três amores incondicionais. Quatro cores diferentes no cabelo. Cinco, dos doze apóstolos. Seis temporadas de Lost. Sete Copas do Mundo. Oito meses fora do país. Nove quilos para eliminar. Dez é o número que eu calço nos Estados Unidos. Onze e onze: a hora que sempre vejo no relógio. Doze amigos de alma. Treze itens pendentes na lista de 30 coisas para fazer antes dos 30. Quatorze dias para o primeiro eclipse lunar do ano. Menos de quinze dólares no banco. João Roberto morreu aos dezesseis. Dezessete páginas lidas sobre o criado mudo. Meu recorde: dezoito pedaços de pizza. Saudade dos Dezenove. Vinte anos lendo e escrevendo. Vinte e um dias de silêncio. Vinte e duas milhas distante. Vinte e três dias dos namorados sozinha. Vinte e quatro puxões de orelha.



If I only knew the answer
If I change my way of living
And if I pave my streets with good times
Will the mountain keep on giving?

And if all of our days are numbered
Then why do I keep counting
?