Lembra de mim?

30 de jul. de 2009 - não enviada por CamilaRufine
Pensei bastante até concluir que não gosto da idéia que posso ser esquecida. Isso pode ser culpa do excesso de cuidados da minha mãe. Também desconfio do meu ascendente em Leão (maldita astrologia).

Bem... apesar de não ser uma pessoa essencialmente boa, no fundo sempre me induzi ao erro ao acreditar que meus pequenos e raros feitos altruístas perdurariam eternamente na memória das pessoas. Algo como quando uma adolescente bagunceira e impertinente resolve arrumar o quarto sem a mãe pedir. Trata-se de uma atitude tão única e bela para a jovem, que ela se esquece que não fez mais do que a obrigação e imagina que mudança impressionará tanto, que nunca mais seja preciso reorganizar o quarto novamente.

É assim que eu sou com todas as pessoas que convivo. Eu tenho rompantes de bondade, pieguice e companheirismo seguidos de longos períodos de apatia crônica. Dessa forma, confundo e machuco as pessoas, convencida de que qualquer excesso meu será entendido por elas como um charme da minha personalidade. Até que um dia elas se cansam da bagunça que reina aonde jaz o espírito de um quarto que foi arrumado só para impressionar,se mandam e não sentem a minha falta. Quando me dou conta disso começo a sofrer, procurando todas as maneiras possíveis de chamar a atenção sem parecer que eu estou fazendo isso propositalmente.

Então arrumo o meu quarto mais uma vez. Acendo até incenso (se a pessoa gostar de incenso). E convido para mais uma visita. Se eu consigo reconquistar a amizade (ou qualquer que seja a relação afetiva), após duas semanas - até menos que isso - já não noto a meia jogada no chão nem os farelos de biscoito e a toalha molhada em cima da cama.

Sou instável, bagunceira e preguiçosa e sobretudo burra por ainda questionar o motivo pelo qual eu não sabia manter as pessoas por perto ou por que meu telefone nunca toca às sextas e sábados à noite.

Ps: meu quarto está uma bagunça, mas procrastinarei enquanto eu conseguir manter a porta dos armários e as gavetas fechadas. Ou até a próxima crise de solidão.

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