Subcutâneo

28 de mar. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 5 comentários
[ Momento família. Dinho Ouro Preto sem camiseta na televisão...]

Mãe: - Nossa, quanta tatuagem nesse cara!
Eu: - Ah, eu ainda tenho só duas... hahaha, olha a cara que a mãe fez.
Mãe: - Claro que não. Eu sei que é mentira sua.
Pai: - Eu sei aonde você tem as duas tatuagens...
Eu: - Aonde? (Esperando alguma piadinha típica)
Pai: - O seu nome, aqui (apontando pro coração dele) e ali no da sua mãe.

(Março, 2009)


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Ney, meu bom...

27 de mar. de 2009 - não enviada por Graci 3 comentários


Nem precisava ouvir as outras.
Só com essa, sou sua.

Bonjour, tristesse

24 de mar. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 6 comentários


Passei o dia todo com uma forte pressão na minha caixa torácica, que autodiagnostiquei ser sequela do abuso alcoolico contínuo somado à tensão pré-menstrual e ao incômodo moral causado pela sua indiferença comigo.

Quieta e absorta em meus pensamentos, tentei me convencer que fiz a coisa certa. Que era exatamente assim que tudo tinha que acontecer. Mas minha autocrítica-insegura jamais me permitiria ter essa certeza. Afinal, sempre faço a coisa errada ou, pelo menos, do jeito errado.

No fim da tarde, então, revirei letras de música, buscando algo que me fizesse identificar. Tarefa inútil. Procurei textos de autores já conhecidos. Nada. Fiz um passeio pelas linhas curtas da poesia. Descobri-me fã de Florbela Espanca e de Cora Coralina. Mas ainda não estava satisfeita. Só depois de muito Google, saí daquele precipício de remorso com a frase “preferia ter sido infeliz por uma boa razão do que feliz por uma má”, de Françoise Sagan.

Por isso não vou te pedir desculpas. Nem tentarei reverter a sua apatia. Não quero mais amenizar minha carência afetiva incurável brincando com o sentimento de ninguém. Obviamente serei um pouquinho mais infeliz por perder um amigo. Entretanto, cada célula do meu corpo acredita - e espera - que seja por uma boa razão.

Ps: Depois que não-enviei a carta, ouvi a música do começo da carta, que achei que também combinava com o momento.
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Desencanto

20 de mar. de 2009 - não enviada por Graci 4 comentários
Guarapuava, 24 de fevereiro de 2006

Melhor começar logo a nossa vida correspondencial versão 2006, não é, dona Camis?

Só para não quebrar a velha corrente, começo a carta de hoje confusa. Não esgotadamente, porque já minei todos os meus estoques ontem à noite. Também estou com sono e talvez seja um pouco disso que me deixa tão alterada e fora de órbita... Ai, ai... Cadê meu gardenal... Preciso!

Depois de não sentir muitas coisas nestas últimas semanas, ontem, depois que o computador foi desligado, a última luz apagada e o beijo de boa noite dado, me pus a pensar na necessidade, quem sabe utilidade daquilo tudo, daquele contexto, daqueles dois personagens deitados na mesma cama.

Não sei bem por qual motivo tive vontade de me levantar e ir embora, mesmo sem ter algo que justificasse minha partida. Pensei em me levantar, juntar as coisas que espalhei pela casa inteira (dramática! Todos os dois cômodos da casa, que é uma quitinete) e sair sem olhar para trás. Mas, não consegui. Fiquei ali, sufocada.

(...)

Ps1: Não consegui terminar. Tentei duas vezes, mas ficou nisso.

Ps2: Não escrevi no diário. Escrevi para você, Camis.

Ps3: Às vezes acho que algumas coisas não deveriam ser escritas.

Ainda lembro (e você?)

7 de mar. de 2009 - não enviada por CamilaRufine 6 comentários
Nosso segundo encontro. Passando em frente a uma loja de móveis...

- Nossa, Cami. Acredita que na casa da minha amiga os sofás são laranjados?

- Acredito. Minha mãe mandou reencapar os nossos. Todos laranja também...

- Mas... os da minha amiga são daquela cor ali, ó (apontando para uma fulana com camiseta abóbora-fosforescente).

- São bem dessa cor os lá de casa.

- Eu acho bonito.


(Janeiro / Fevereiro, 2005)

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Para aquele que jurar me entender

5 de mar. de 2009 - não enviada por Graci 7 comentários
Eu escrevo para você que se diz compreensivo, em busca de um conselho. Não que eu acredite que um conselho vá me tirar do buraco de marasmo em que me enfiei, cada vez querendo um pouquinho mais de placidez, que eu adoraria escrever placidade. Estou descontente comigo e com tudo aquilo que não sou, concordo, por relaxo ou preguiça. Às vezes os dois juntos.

Eu gostaria de pensar em fazer algumas coisas e realmente fazer, não ficar só no plano.

Adoraria que cada texto que escrevi mentalmente tivesse ido para o papel ou para o computador.

Ficaria orgulhosa se tivesse me planejado com antecedência para fazer a inscrição na pós, ou se, simplesmente, eu já tivesse um currículo na plataforma lattes decente, sem pensar nas possíveis simulações que poderiam me tiram um pouco do lixo.

Estaria mais feliz se tivesse ligado para o entrevistado que meu deu o telefone celular ontem e inventado uma dúvida, só para ele também ter o meu número, e quem sabe... quem mesmo sabe o que seria se para cada um dos nãos que citei tivesse ouvido um sim?

Se você imagina, sabe ou tem certeza, me diga. Porque esta velha Graci aqui está cansada de se se sentir cansada e sozinha.